Muita gente
se desespera ao deparar com certas matérias da gramática. O estudo das
orações subordinadas é um deles. Não é de se estranhar, já que nessa matéria aparecem extensas nomenclaturas que podem assustar um aluno que chegou
despreparado ao tema. Imagine você ter de classificar um período como “oração
subordinada substantiva objetiva direta reduzida de gerúndio”! A oração pode
ter duas palavras, mas seu nome tem oito. Isso pode traumatizar, mesmo, se o
professor não conduzir o aluno cuidadosamente até esse ponto.
O fato é que
“orações subordinadas” não são difíceis de compreender nem de classificar. São
mesmo muito simples, e o nome extenso diz muito sobre elas, facilitando muito
sua compreensão. Apenas é preciso que o professor leve o aluno com cautela e
paciência por esse caminho cheio de nomes.
Uma oração
subordinada nada mais é do que um termo da oração que é substituído por outra oração. Se é uma oração, deve ter um verbo. O aluno tem de chegar a esse ponto
conhecendo bem os termos de uma oração simples: ele precisa saber com segurança
o que é sujeito, advérbio, objeto direto, objeto indireto, adjetivo,
complemento nominal, etc. Se o aluno conhecer bem esses tópicos, parte-se daí
para explicar como esses termos podem ser substituídos por orações.
Vejamos…
“Ontem,
preparei seu café da manhã.”
O termo
“ontem” é um advérbio de tempo, certo? Até aí, bem fácil! Mas o que acontece se
substituirmos esse advérbio por uma oração, isto é, um conjunto de palavras que
inclui um verbo e tem a função de advérbio de tempo? Algo mais ou menos assim:
“Quando
cheguei, preparei seu café da manhã.”
É aí que o
professor deve mostrar que há dois verbos na oração. Fácil identificar a oração
principal, pois ela é mais plena de sentido, enquanto a outra a complementa.
Assim, “preparei seu café da manhã” é a oração principal e “quando cheguei”
é a oração subordinada.
Então, o
aluno não terá dificuldade em perceber que a oração subordinada tem a mesma função
sintática do termo “ontem” no exemplo anterior. Portanto, a oração toda é nada
mais que um advérbio de tempo. Só nos resta, agora, dar um nome pra essa
oração. Se ela é um advérbio de tempo e também é uma oração subordinada, então
ela é uma “oração subordinada adverbial temporal”.
Até aqui foi
fácil, né? Deve ter ajudado a tirar um pouco daquele temor das orações
subordinadas. Vamos complicar um pouco, só para ver que não há mistério nos
nomes tão extensos dessas orações.
Vamos alterar
ligeiramente nossa frase.
“Ao chegar,
preparei seu café da manhã.”
Uma simples
troca de tempo verbal que torna dispensável o uso do conectivo “quando”. Mas o
sentido da oração subordinada continua sendo o mesmo, e é fácil perceber que o
que excluiu esse conectivo foi o uso do verbo no infinitivo. Portanto, essa
oração passa a ter o assustador nome de “oração subordinada adverbial temporal
reduzida de infinitivo”.
Outro
exemplo:
“Chegando em
casa, preparei seu café da manhã.”
Nem vamos
perder tempo: é uma “oração subordinada adverbial temporal reduzida de
gerúndio”. Um nome comprido (sete palavras) para uma oração tão curta (três
palavras).
Meu objetivo
neste artigo não é cobrir todas as orações subordinadas, mas oferecer ao aluno
um método de estudo que facilite a compreensão de um assunto que pode ser
traumatizante, embora não seja difícil. Se você precisa estudar orações
subordinadas, esteja bem preparado para reconhecer as funções sintáticas dos
termos da oração. Conheça primeiro os substantivos (sujeito, objeto direto, objeto
indireto, complemento nominal, predicativo e aposto), os adjetivos e os
advérbios (de causa, consequência, condição, concessão, comparação,
conformidade, finalidade, proporção e tempo).
Não se
preocupe em decorar tabelinhas dos tipos de orações subordinadas existentes.
Foque-se em saber identificá-las: separar a subordinada da principal e, depois,
classificar a subordinada de acordo com sua função. A educação, há muito que
não é feita na base da memorização. A “decoreba” já era! Apenas tenha em mente
que as orações subordinadas não são um conhecimento transcendental, oculto, ou
algo para iniciados. Apenas exigem que você conheça as funções sintáticas como
pré-requisito para estudá-las. Não digo que são fáceis, mas certamente não são
tão difíceis quanto parecem.
Espero ter
colaborado para tornar esse tema mais palatável aos estudantes de gramática.
Obrigado pela
atenção e bons estudos.
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